logo depois ao acordar, beber café amargo, acender o cigarro e num qualquer processo que a psicanálise explicará, por entre os meus olhos ensonados e enevoados, o fulano da ASAE a confundir-se com o Sócrates, um breve arrepio, o de não querer mesmo jogar este jogo ou aceitar sequer as regras do dito. Como quem teima em resistir ao processo de formatação em curso. Podia revoltar-me: ir comer uns quilos de bolas de berlin ou atirar às fuças do engenheiro as " Esferas " do Peter Sloterdijk. Nem uma coisa nem outra. A preguiça de quem olha a felicidade alarve dos que passam arrefece-me os ímpetos subversivos. Olho o fumo do cigarro e, com a minha negação em pensar lembro Cioran a propósito de Heidegger e o seu " pensar sobre o pensar ", fico cansado e nem razões consigo alinhar para o esquecimento das coisas que alimenta a alegria dos que correm sob a chuva: o desemprego, a precaridade laboral, a conta a zeros, os serviços de urgência médica entre o fecho, o colapso e a implosão, o assalto estatal ao BCP, coisas repetitivas, eu sei, mais as novas leis de controlo telefónico e electrónico, o novo B.I., a videovigilância, os bancos de dados, o açaime das opiniões. Pudesse eu, que sou invejoso, claro, ter jantar pago num casino com charuto por cima do repasto e ainda tinha directores de jornais a sair em minha defesa. A seriedade é como a democracia, uma chatice que como a mulher de césar só toca a tesos. Perceber só não percebo o treino modelo tropas especiais que a malta da ASAE está a receber. Com sorte, o engenheiro ainda arranjou uma nova guarda pretoriana. Venha lá outro cigarro e vamos ao dia que, ao que parece, o Coimbra do gratuito Meia Hora aos amores por Israel e sionistas juntou o apoio à causa dos paneleiros. Vai mal, isto, vai. Digo eu que vejo mal. Sarjeta, chama-lhe e bem o Bagão Felix, que nem todos têm a lata e o estómago do Victor Constâncio.
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8 comentários:
Que se lixem as bolas de berlin, a Lacoste falsificada, os RayBan dos chineses ou a inteligência artificial da candonga, do Engenheiro. Esses novos ninjas da ASAE nem pensem é mexer no chouriço!
eheheh!! Aquele abraço infernal!
Meu caro, parece-me perceber que está desempregado (tal como outros milhões neste país e dezenas de milhões nesta Europa).
Eu acho, muito honestamente, que a tecnologia está a acabar com o emprego.
E que tal começar, aqui na Internet, um movimento de desempregados? Que não exigem empregos (que não existem), mas exigem um ordenado mensal? Uma fatia do que os motores, os computadores, os robots e a informática produzem? Em suma, uma fatia da produção dos novos escravos cibernéticos?
Eu, ainda, não estou desempregado, mas alinho numa revolução destas. Que tem de ser feita o mais rapidamente possível. A humanidade caminha para um absurdo:
Há capacidade de produção. Há necessidade de produção. Mas não se produz porque não há gente com dinheiro para comprar. Vamos rebentar com esta lógica.
Um abraço.
"a mulher de césar só toca a tesos". "invejo" essa boca...rss
abraço
Bagão Felix não ficou incomodado com a derrota previsível aliás do concorrente Miguel Cadilhe cuja lista integrava e muito pomposamente referiu ser ele
independente. Muito sinceramente para este peditório também já não dou, porque já conheço o pedinte. Quanto à infiltração do poder político no Banco privado, neste particular meu caro amigo aplaudo com as mãos e os pés porque sendo a CGD um dos principais accionistas do BCP e estando actos da anterior administração a serem investigados por alegadas irregularidades é fundamental que o accionista Estado assuma o controle duma instituição onde já ocorreram golpes e se podem repetir arrastando-se assim o próprio Banco Estatal. Um abraço
Raul
A moderação de comentários é tão aborrecida. Detesto comentar e ver os comentários desaparecerem.
PR,
Bom dia e um abraço.
Estou com um enorme febrão mas não consegui deixar de me rir(para não chorar) com debate de hj na AR s/ o referendo ao Tra.Lisboa.
Nem a direita nem a esquerda sabem o que é ter Palavra!
bjo PR
Eu não sou ou estou tecnicamente desempregado. Nem gosto de pessoalizar muito. Mas sou, estou mais no género verde precário com pagamentos sempre adiados e contas a pagar. Mas é verdade Diogo. O rosto caricatural deste País. O resto não percebo porque espero sinceramente não ter apagado nada. Infelizmente estou fora e a mecher num pc que não conheço e me irrita imenso. Um portátil super sensível. A ter acontecido, sorry.
Abraço.
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