quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

O que fica fundam-no os poetas.



Já aqui se escreveu e disse-o Heidegger a partir de Holderlin. O que fica seria o mundo, o mundo assente na palavra, palavra transformadora, palavra que se quebra e assim, a caminho da Morte, faz a experiência da própria Morte e, como tal, da Imortalidade. Este o momento inaugural da Poesia, disse-o o filósofo. O momento em que se distingue o verdadeiro e o falso, o bem e o mal. Kein ding sei wo das wort gebricht, nesse ressoar do silêncio onde se consumam as profecias. E também esse morreu. O silêncio. Com ele a história. Com ele, o Homem. Assim a consistência das coisas. A visão unitária do curso unitário dos acontecimentos, dos factos, oferece-nos a imagem miserável da pós-história (Gehlen) onde o ser já não pode entrar. Mais que o triunfo do senso comum ( Gadamer), por oposição ao bom senso, é a recusa da Verdade aquilo a que nos querem propor. Nestes dias de dissolução resta-nos a clarividência de saber como, da informação à política, nos tentam manietar e subjugar.


( Enviado pelo PR, postado por mim que acrescento:


"Enfim, levantou ferro.
Com os lenços adeus, vai partir o navio. "

Camilo Pessanha. )

11 comentários:

Teresa Durães disse...

"Mais que o triunfo do senso comum ( Gadamer), por oposição ao bom senso, é a recusa da Verdade aquilo a que nos querem propor."

Com esta frase parece-me que estás a impor uma Verdade, não diferenciando de muitos.

Não gosto de imposições, tenho a mania que sou uma free thinker :)

bom dia!

as velas ardem ate ao fim disse...

Nos dias de hoje cada vez mais me apetece grita:

-SILÊNCIOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!


bjinhos

wind disse...

Bom dia, olha hoje não sei que escrever, estou com "brancas".lololol. Beijos

just me, an ordinary girl disse...

Parece que a Verdade não é coisa universal.
O grave é a imposição, ou tentativa de, da Mentira.

Su disse...

sff oh primo....diga ao primo que este texto está lindo, sim....
em tão poucas palavras ele passa pelo tempo, pelo pensamento, ....tanto saber nestas palavras
gosto dessa filsofia...a dele...a deles ......sim....o saber:)..a palavra.........

jocas maradas

vida de vidro disse...

"O momento em que se distingue o verdadeiro e o falso, o bem e o mal." Parece fácil dito assim. Mas não é. Nem sei se há essa dicotomia assim tão bem definida.
Por isso... **

antónio paiva disse...

................

deixa-te de merdas!

estou farto de poetas mortos

de linguas mortas

de heróis mortos

de filósofos mortos/moribundos

que se escreva pois, deixemo-nos de lengalengas para adormecer existências estéreis

diz o que pensas

deixa os outros dizer o que pensam

não há ciências exactas, muito menos doutrinas, ainda menos teorias exactas

e quando não se suporta a diversidade de cores opiniões bla bla bla bla, o metro de corda ainda está a preço acessível

...................

Assinado

O BURRO

as velas ardem ate ao fim disse...

Na cadeia

na cadeia os bandidos presos!
o seu ar de contemplativos!
que é das feras de olhos acesos?!
pobres dos seus olhos cativos

passeiam mudos entre as grades,
parecem peixes num aquário.
- campo florido das saudades,
porque rebentas tumultuário?

serenos... serenos... serenos...
trouxe-os algemados a escolta.
- estranha taça de venenos
meu coração sempre em revolta.

coração, quietinho... quietinho...
porque te insurges e blasfemas?
pschiu... não batas... devagarinho...
olha os soldados, as algemas!

lapidar sempre!

Camilo Pessanha

Bernardo Kolbl disse...

Naturalmente que a selecção de comentários retomou o seu curso normal. Reservado o direito de admissão a gente de bem, logo, aos do costume, com este ou aquele nick, a merda fica à porta.

Bernardo Kolbl disse...

( Burro que zurra assim burro não é. Olha pá eu não sei pensar quanto mais lengalar, fodasse ).

MariaTuché disse...

Só passei para deixar um beijo.