domingo, 11 de fevereiro de 2007

Uma campanha depois, ganhe o sim ou o não, o que penso ter ficado.


O que vi, eu que vou votar NÃO e que escrevo este post respeitando a possível vitória do sim, mas não os argumentos, explicações e justificações apresentadas por ele. Essa será desde já a primeira marca do que retive. O radicalismo fundamentalista, agressivo, intolerante e a pretensa superioridade moral dos defensores do sim. O desrespeito com que lidaram sempre, de forma demagógica, com quem ousou e ousa pensar de forma diferente. A intolerância que leva Louçã a dar o braço a Valentim Loureiro ou a Rui Rio ou a de forma cobarde e hipócrita esconderem os seus objectivos na defesa dos direitos da Mulher. Os meus direitos não podem passar pelo meu direito de assassinar bebés indefesos. Matar um filho de 10 semanas não é uma "humilhação" para a mulher mas um homícidio premeditado. A manipulação dos argumentos e o deturpar de factos científicos. Matem mas assumam e deixem de ser hipócritas face à actual lei que até é bastante permissiva. O discurso e o pensamento dominantes funcionaram em bloco. Dos jornais à televisão todos fizeram passar a mensagem do sim em nome de políticas europeias com 30 anos e que já são postas em causa e revistas na França ou na Alemanha. Valeu tudo, até um primeiro ministro que o devia ser de todos os portugueses e que tomou posição por um dos lados enquanto secretário geral do PS e com um desprezo terceiro mundista pelo País que governa não hesitou em coagir e chantagear o eleitorado. A posição ridícula de Pilatos do PSD. A campanha envergonhada da facção de Ribeiro e Castro. O que fica é uma grande vergonha pelo que insistimos em ser e por ver a indiferença que a tantos merece o valor da Vida.


( Exemplar do nosso provincianismo atávico a imposição de um dia de reflexão pré-eleitoral. E já agora, se é normal a exposição pelos piores motivos a que está sujeita a C.M. de Lisboa e a Bragaparques é esclarecedor o silêncio que rodeia a Câmara de Benavente. Será por esta envolver o Bloco de Esquerda nas mesmas teias da corrupção? ).

13 comentários:

PintoRibeiro disse...

Lapidar esteve hoje o naturalmente detestado VPV. Os portugueses não batem bem da cabeça. Por tudo isto ke escreves e por esta ser AINDA uma batalha cultural com repercussões fortes no futuro, eu voto NÃO.
Bjinho.

Su disse...

os pts não batem bem da cabeça diz pr....mas faço uma
errata : os pts não tem cabeça..........só craneo.......

jocas maradas e feliz retorno menina s.r.

wind disse...

Sónia respeitando a tua opinião também vi muito extremismo nos partidos de direita.
E muita hipocrisia.
sei de mulheres que fizeram aborto que agora vão votar Não.
Não entendo isso, deviam ser coerentes, como tu és nas tuas opiniões,mesmo eu não concordando com elas.
Eu voto sim, porque já assisti a abortos de amigas e sei como se fazem clandestinamente, os riscos que correm e como ficam fisica e psicologicamente.
beijos

Bernardo Kolbl disse...

Tem graça que eu quase não vi os partidos de direita. Em portugal, direita? Seja. O mais curioso, egoísmo se calhar sem querer ofender, continuo a não ver os SIM preocupados com o direito à Vida dos bebés.
Boas Sónia.

poca disse...

bem... eu vou votar sim... por respeito à individualidade de cada um e para acabar com a hipocrisia!
se o faria... Não.
Mas cada um sabe de si.

beijinhos e bom fim de semana.

(essa parte do matar premeditadamente, faz-me sempre lembrar a velha história do Papa com o uso do preservativo... não sei porquê)

osangue / PR disse...

Precisamente o que devia ser dito. Eu também voto não. Boa tarde.

Bernardo Kolbl disse...

Zeca Gallo e quejandos. Este blogue mantem reservado o direito de admissão a gente de bem. Passem longe.

zé lérias (?) disse...

Bom fim de semana.

zé lérias (?) disse...

Ah! leiam:
http://www.terapias-inocentes.blogspot.com
Um abraço

Sea disse...

"O radicalismo fundamentalista, agressivo, intolerante e a pretensa superioridade moral dos defensores do sim..."

Acho que isto se tem passado mais por aqui, por aqueles que defendem o não.

SÓNIA P. R. disse...

Se frontalidade e coerência é radicalismo que eu seja radical então. Já basta de hipocrisia, cobardia e falsidade. Era bom não confundir as coisas e saber ouvir e respeitar as opiniões de todos. Eu vou votar NÃO, mas nunca ninguém me ouviu a não aceitar o voto no sim.
Aqui como no resto parece-me que o aborto é um pretexto.

Bom domingo a todos.

Teresa Durães disse...

já passou o referendo. ainda bem. o que mais me chocou foi a abstenção. perder a liberdade de votar porque não se usa...

beijo

MariaTuché disse...

Apesar de ter votado SIM para o referendo, não posso deixar de te dar alguma razão em certos aspectos que referes.

Eu votei SIM porque já fiz um aborto e nesse sentido seria hipócrita ao votar NÃO.

Acho que tanto numa campanha como noutra os argumentos foram ridiculos, foi uma autêntica palhaçada, fora as centenas de euros que foram gastos em cartazes pelas duas campanhas mas isso agora não interessa nada...

Um beijo e fica bem