domingo, 13 de abril de 2008

Nos dias que correm ter a coragem de comparar as clínicas de aborto aos campos de extermínio nazi,

só por si, merece aplauso. Não ser católico, como eu, e admirar e aplaudir Radtzinger, outro. Insistir na defesa das raízes identitárias da Europa ameaçadas pela vagas do fundamentalista islâmico, tornam-o incontornável. Mesmo quando as eleições são em Itália. Será a personagem com mais autenticidade e interesse numa campanha hipócrita e amorfa. Ideológicamente, muito pobre. Tem nome. Se calhar os seus 5 minutos de fama. Mas Giuliano Ferrara merece ser ouvido. O resto faz-se de pequenos nadas. Alguma, muita demagogia heróica a propósito da revolta histérica de uns meninos burgueses não menos histéricos e mais ou menos maoístas e pretensamente libertários, inconsequentes, em Paris, 68, onde a indiferença dos operários e do mundo do trabalho os derrotou. O problema, ao contrário do que afirmou Fernando Rosas, não está no facto de na Europa a "modernidade se construir contra ou a partir" desse Maio que liquidou a nossa sociedade. Está em a ter de construir "apesar" dessa penosa herança. Não será acaso o judeu Sarko, produto típico soixant-huitard, ter-se afirmado como o presidente que iria liquidar a herança de 68. Um presidente daqueles só é explicável à luz desse momento, assim como a apoteose actual do Capitalismo triunfante e do colapso ético dos povos europeus. ( Os trabalhadores europeus, e não só, pagam hoje a factura das traquinices desses meninos vindos das universidades de Paris ). Ou ver os que em nome da tolerância multicultural ou da intervenção estética, se demitem da responsabilidade moral e confundem o direito à neutralidade com a obrigatória ausência do critério Ético, por este assumir contornos de censura. ( Passem aqui e assinem ). Não por acaso, intelectuais e artistas foram sempre os melhores cães de fila dos totalitarismos contemporâneos e os mais gulosos das migalhas que sobram na mesa do Poder. O Sistema agradece, como por cá se vai vendo. Respeitar o direito à diferença não é nem pode ser aceitar a indiferença ou um igualitarismo abstracto. Esta apatia onde o egoísmo individual se confunde com traumas mal resolvidos, tiques autoritários e carências afectivas a necessitarem de justificar frustados complexos de culpa onde enterram diáriamente a Europa que já fomos. A herança de 68 vai da postura evangelista de um Louçã, às acusações de pedofilia a Cohn-Bendit, acabando em Guântanamo, nas omissões sobre a China, no impedimento de discutir a Imigração ou na cumplicidade com a barbárie em Àfrica. Ao acaso. Na falta de verdade de um quotidiano amestrado. O é proibido proibir veio impor a proibição politicamente correcta e institucionalizar a cobardia. Soberbo e obrigatório, este.

3 comentários:

contradicoes disse...

Excelente post. Li-o e reli-o para que não tivesse dúvidas quanto à sua interpretação e francamente gostei. É isso mesmo continuamos reféns de elites (que se vão criando ao longo dos tempos) para nos irem lixando.
Um abraço
Raul

Condor disse...

http://nacionalistas.wordpress.com/2008/04/13/pela-accao-directa-40-anos-depois-a-homenagem-a-evocacao/

Saudações.

Condor disse...

http://nacionalistas.wordpress.com/2008/04/14/uma-breve-reflexao/