quinta-feira, 24 de abril de 2008

Num livro muito belo e pausado,

onde uma certa melancólica mansidão abre clareiras de fogo, ( " O estranhamento do Mundo " ), Peter Sloterdijk, talvez o mais interessante filósofo da actualidade que por aqui já era citado ainda antes de ter despertado a atenção dos nossos especialistas da coisa, escreve assistirmos hoje ao triunfo da vitalidade abestalhada que raia a insanidade mental. Ocorreu-me, o raciocínio de Peter, a sua cortante lucidez de raciocínio, ao ler os jornais. Em vésperas de comemoração do levantamento de rancho da Abrilada, o espectáculo degradante desta República fala por si. Discretamente, nas costas do Povo, o Tratado de Lisboa foi ratificado. Sabe-o bem o parlamentarismo burguês que alimenta a besta, a farsa democrática: o voto popular pode ser perigoso. Evite-se, como tal. O resto são ninharias, claro. O PSD foi buscar o pior do cavaquismo, se isso faz sentido, e trouxe do passado Manuela Ferreira Leite. Com sorte o PPD traz ainda Alberto João. O PS do engenheiro foi buscar e piorar o que criticava, aos berros em 2002, a Bagão Féliz. E morreu um Revolucionário. Comunista, por acaso. Gente de bem. Francisco Martins Rodrigues. Com razão em muita coisa que aqui subscrevemos. O Povo do PC e do Bloco, partidos reaccionários, reaccionário é. O voto neste Sistema não faz sentido por ser inútil. Faz falta. Cada vez são menos no País. Os que fazem falta.

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