terça-feira, 6 de março de 2007




1. Importante será, hoje, recuperando de uma forma abreviada, a lucidez desse vagabundo sábio da Filosofia, ( Nietzsche ), trazer para o centro dos dias e das emoções, para esse acumular repugnante de felicidades e satisfações néscias, a crueldade. A " sympathia malevoleus ". Como ele dizia, " sem crueldade não há festa".


2. Neste lamaçal civilazicional onde parecem não existir saídas de mudança e combate, o caminho da renovação e intervenção passa pelo assumir e reafirmar de uma postura revolucionária crítica, de ruptura, fortemente intolerante, da civilização capitalista global.


3. Não por acaso é a dita eskerda, a do fundamentalismo tolerante multicultural, a da economia neutralizante e despolitizada, a de Blair e Sócrates, quem, em nome dessa desideologização do quotidiano mais não faz do que impor a ideologia hegemónica do capitalismo global. Ao fim das ideologias no discurso cultural e consensual da "nova" esquerda haverá que opor a repolitização radical da economia e das matrizes culturais com que nos enformam um quotidiano onde a verdadeira liberdade se desagrega e onde a pretensa despolitização da permissividade relativista pós-moderna mais não significa do que o triunfo do carácter ideológico do Capital global.


( Parece que o Peido Virtual foi-se com o seu boneco tamagoshi. Pena, agora, que preparava um post onde psicanistas explicam como o brinquedo assume no virtual a função de boneca insuflável perante desvios e taras de foro psíquico-sexual. A ser assim, haverá post na mesma para que se perceba as aberrações mentais que passeiam as taras pela bloguo. Em agenda ).

21 comentários:

SÓNIA P. R. disse...

Grande post Bernardo. Em relação a tua adenda parece-me que é material explosivo, mas muito interessante. Bom dia.

Misantrofiado disse...

"vagabundo" muito bem afirmado.
Aliás... a vagabundagem foi quase sempre epiderme fedorenta que trajou sábios e iluminados.
Infelizmente ou não, o ente revela-se parental, hereditário e resistente.
No teu ponto dois, apenas não tomo partido da ruptura fortemente intolerante, embora admita a cisão como meio intersectivo.
Estou cativado… aguardando então o desenvolver deste mesmo post.

nunocavaco disse...

Bom dia.

Parece-me que uma das mais importantes contribuições de Nitche foi a de trazer o homem para o centro do debate. A esquerda, e não a moderna que não existe, sempre colocou o homem e as suas necessidades no centro do debate. O que me parece é que a direita nunca o fez e nem o vai fazer. Aliás é a direita e a falsa esquerda que coloca a tónica no capital e na sua acumulação.

Cumprimentos

wind disse...

Bom dia. Desculpa, mas hoje e compreenderás não estou com cabeça para comentar nada.
beijos

isabel mendes ferreira disse...

:))))))))))))))))))))))


_____________________



longe.



mas atenta.


_____________________.

PintoRibeiro disse...

Grande post Bernardo. Era tempo de ideologizar isto e deixares de fingir que és bronco. Gostei mesmo muito. Pela amostra a esquerda "velha" continua a não perceber mesmo de que Direita nos reclamamos. E nem sabes como quase chorei com o teu anúncio da morte do peido. Espero que reste algo para o resto. Abraços.



Isabel. Mais longe do que tu, de certeza, muito mais, mas gostei de te ver por cá. Bjinho.

as velas ardem ate ao fim disse...

Aqui esta do melhor que se pode ler na bloggosfera.

Estou cansada de tantos vagabundos.De gente que anda por ai e que nunca devia ter sequer nascido.Cansam me certas pessoas..as ue todos os dias se dizem iluminadas.

Gostei deste teu texto..eu sempre achei que não era apenas um rato.

Obrigada PR pelo teu conselho relativo aquela criatura ...


bjos

PintoRibeiro disse...

Caro Nuno. Voltei só para te responder, que me não leve a mal o Bernardo. Incomodou-me a tua arrogância moral. A cantilena de a esquerda se preocupar com as pessoas, com o povo, que não a direita. Argumento desonesto e gasto. Mesmo não sabendo eu o que consideras de direita. Eu sou meio alemão. Vivi longos períodos desde criança na antiga RDA, a que era governada por Putin. Orgulho-me de uma medalha que não largo, fur treue dienste. Conheço bem as vossas preocupações com os anseios populares. Sei, também, que na alemanha de leste o asco que o vosso partido transmitia não significava a anexação que foi imposta ao Leste pela Alemanha Federal. Queria-se outra coisa. Ali como na restante Europa tiranizada pelos soviéticos. Não foi esse lamentávelmente o caminho que nos deixaram seguir. Mas nada, nada disso te permite falar em preocupações pelas pessoas quando estais banhados de sangue e morte. Lénin, Stálin, a primavera de Praga, a Stasi, o Goulag, os campos de trabalho, a revolução cultural de Mao, o holocausto de Pol Pot, a Coreia do Norte, esse tiranete abjecto do Fidel. A esquerda não tem direito ou pelo menos devia ter pudor em falar em preocupações com as pessoas. Mesmo cá, descontando os estragos que o bloco central dos interesses, o PSD e o PS, tem infligido ao país, pagamos os dislates que Vocês fizeram após a ranchada do 25 de Abril. Haja decoro. Sem ressentimentos. Um abraço.

Su disse...

1. gosto do vagabundo....

2. ruptura..sim

3. destesto ..ismos...

(quero saber mais sobre o peio virtual. aguardo)


jocas maradas "menino ratelho" mas gostado..por mim....

PintoRibeiro disse...

( Encomenda quase pronta Su. Bjokas ).

kurika disse...

A adenda que a Sónia fala...também me pareceu engraçada...!!!

Bjs e boa noite

augustoM disse...

…neste lamaçal civilizacional onde parece não existir saídas de mudança e combate…
Sempre foi assim e continuará a ser, a mudança é o inesperado, quando não o menos óbvio, caso contrario a História não tinha sentido pela sua presivibilidade.
Um abraço. Augusto

Micas disse...

Cada vez gosto mais de passar por aqui.
Abraço

Alisson da Hora disse...

Acho que a esquerda padece do mal do umbigo: só acha que consegue pensar o mundo através da sua própria dialética... engraçado é que essa dialética, a marxista, é que justamente veio para acabar com a dialética monológica de Hegel...Não foi a toa que o Stalin ficava a perseguir o coitado do Mikhail Bakhtin, posto que ele valorizava o diálogo, as relações sociais, a construção coletiva das coisas...e a "esquerda" "endireitou-se" com o culto à personalidade e com aquela burocracia de puxas-sacos profissionais... Deu no que deu... E ninguém consegue pensar nada mais... e os espertos capitalistas continuam a se perpetuar, simplesmente porque sabem pensar além, mesmo utilizando-se dos argumentos alheios...E vem essa tolice de multiculturalismo, politicamente corretos, tudo na verdade face de um fascismo mais cruel, posto que mais sutil...O próprio Marx percebeu a capacidade criativa burguesa... O proletariado e a "massa pensante" que o cerca está condenado a morrer olhando o próprio umbigo a cair no engodo capitalista...E então teremos mais fascismos a nos assombrar...

Belzebu disse...

Apenas um reparo, "uma postura revolucionária crítica, de ruptura, fortemente intolerante".

Não concordo nada, as rupturas não podem nem devem estar ligadas a qualquer tipo de intolerância!

Saudações infernais!

antónio paiva disse...

....................

Abraço e noite serena

zé lérias (?) disse...

Penso que Nitche, tal como Wagner, é apreciado e interpretado de modo diverso (?) consoante se perfilha a ideologia Nazi (nas suas múltoplas nuances), Anarquista (Ídem) ou Marxista (Íbidem).

Mas para lá dessas interpretações, amigo PR/Pintas, há mais vida.

E essa merecerá sempre ser vivida com dignidade, seja qual for a cor da pele de cada um, do seu credo politico ou religioso, dos seus defeitos ou perfeição física.

A luta, até à hora da verdade, até pode ter pontos de contacto (neo-nazismo, anarquismo, marxismo, etc.), mas são irremediavelmente inconciliáveis.

Eu sei que não há verdades absolutas.

Mas eu acredito na Vida e no Homem (mesmo que seja meu inimigo, e neste caso, para ter o prazer de o ver derrotado).

Ich umarmte dich.

PintoRibeiro disse...

Para os mais distraídos ou teimosos: este blogue é feito por 3, 3 pessoas. Este post é do Bernardo.



Zé: eu não gosto de ver o meu inimigo derrotado mas aniquilado. E amo a morte. Abraço.

Bernardo Kolbl disse...

Anda realmente muita gente distraída. Boa tarde Prezados leitores.

nunocavaco disse...

Se recuarmos no tempo encontraremos episódios muito tristes e outros mal interpretados. Vou comentar apenas a parte do 25 de Abril, que me deu a oportunidade de estar aqui a discordar de vocês. O 25 de Abril com todos os erros permitiu a libertação de um povo, libertação de uma classe popular da opressora, que perseguia a diferença. Claro que podes indicar outros episódios e outros locais mas, devemos contextualizá-los.

Bernardo Kolbl disse...

Caro Nuno, nem vale a pena recuarmos no tempo. Basta constatar a comédia trágica que se vive AGORA em Timor. Um abraço.